Óh, ela era!
Em todo seu sofrimento, em toda sua dor. Era essa sua
canção.
Éramos todas aquelas brigas, todas as partidas e despedidas
que despedaçavam o coração. Chegadas, juras, canções gritadas de desculpas e
perdões cantamos todas. Não mais que nossas noites úmidas, quentes e musicais,
ou jantares de gala em que nos devorávamos, sequer mais que toda aquela
distância solitária na cama.
Escorríamos um ao outro e não encontrávamos saídas para
aquela mão que tentava agarrar água. Mas sentíamos o calor das gotas que
permaneciam. Quentes, frescas, não permitiam o aparecimento das garras naquele
toque tão macio. Garras que ainda não foram guardadas completamente.
Cantavam paixão e tristeza sempre, hora duo hora solo.
Ela era o amor real machucado e ferido, era também aceitação. Sua alma se via pelos olhos, rapidamente, a se mostrar e se
esconder e deixar claro a mulher que é. Solidão e festa, companhia e ausência.
O Soul continua a tocar descompassado, como era próprio
dele.
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