Silêncio.
- Eu queria sentir com a intensidade que você sente. Da forma como você ouve musica, assiste aos filmes, saboreia comidas, gosta de mim...
- Deixa eu te ensinar como é?
- [Silêncio]
Não há o que fazer. Há apenas silêncio e contra ele nada posso fazer.
Você se mantém de tal forma distante que eu sinto já não te conhecer mais. E as coisas que você faz me provam que você já não se importa mais. É isso que temos.
Eu posso fazer algo para mudar isso? Não, sei que não. Depende de você e eu sei que não se importa em como as coisas estão. Se você deixasse eu te mostraria como isso me chateia. É uma opção tão errada que eu mal consigo pensar a respeito.
Tudo bem. Sem problemas.
Mas eu desisto. E eu sei que é isso que você quer.
Não vou ficar vendo você se afastar mais cada vez que me aproximo um pouco. Isso me cansa e eu não acho que você precise fazer isso. Mas é a sua escolha. Fiquemos com ela por pior que seja. Eu me engano? Acho que sim diria você. Pois é, mas você me dá provas constantes de que é diferente disso. Eu me engano de novo? Talvez sim, creio que não. Não importa. Vamos deixar claro uma coisa. Você escolhe o mundo que constrói a sua volta: escolhe me chamar de o homem mais forte do mundo, dizer que não encontra mais ninguém como eu, fechar os olhos quando minha mão encontra seu rosto, quase sempre usar o colar que eu te dei, continuar a chamar de um nome que é só seu, tantas coisas...
Você me engana? Eu não sei. - Não ..., só que essas coisas não significam o mesmo para mim e para você. Pode ser. Você escolhe dar ou tirar todo o significado de todas essas coisas. A Ruína não foi nada mesmo você me disse [eu gosto de me apegar a um monte de palavras sem muito sentido, não é mesmo?!]
Você escolhe o mundo que constrói a sua volta. Tantas coisas e você se afasta. É uma escolha. A sua estúpida escolha. Sim. Pois eu sei, sinto (para você entrar em desespero), que nada disso são palavras sem sentido como você quer me dizer agora. Não são para mim, claro, e também não são sem sentido para você. Okei, eu engulo. Me deixo enganar facilmente. Você também. Vai se enganando cotidianamente e não se importe. Talvez mesmo eu esteja aqui sempre. Talvez não. Cada um que faça suas apostas. Ou talvez você se engane tão bem que um dia nem perceba mais.
Mas não se importe, deixe tudo como esta. E quando um dia se perguntar: - Por que eu me afastei [e talvez até pense, eu nunca mais encontrei o que ele queria me oferecer]? Eu sei que você será verdadeira com você mesma, tal como é hoje, e dirá: - Por que eu não queria aquilo para mim. É demais.
Que assim seja. Tenho certeza que você não tem a menor dúvida quanto a essas respostas. É isso que você quer deixar claro a mim. Você sempre toma as mesmas atitudes. Então esta claro. Já sei. Arquemos com as certezas!
Eu construo o mundo que quero a minha volta. Tantas palavras sem sentido? Todas as palavras não tem sentido. Eu vivo cotidianamente dando sentido para elas. Palavras não tem sentido sem ações, mesmo que essas ações às vezes sejam apenas renovar pensamentos, escrever textos e janelas, ouvir músicas, se permitir aceitar o bom que lhe oferecem. Você sabe o que é isso, mas vai se enganando. Tenso? Rá, totalmente o contrário. Mais Leve que o ar, como um pássaro que voa por conta própria. Tensão? Você não se importa de ter apenas "tudo" aquilo que é permitido Jaime. Sim, tensão acostumada. Tá, eu acredito. Eu te ofereço um mundo, você se afasta por que é isso que tem que ser feito. Tudo bem, cada um constrói o mundo que quer para si. E você quer deixar claro que esse mundo você não quer.
Então eu me afasto. Quer ouvir? Eu desisto.
E não faço questão de te ver, por que eu não sei ser diferente do ... para você e não sei lidar com você como se não fosse a ...... Se meu amor não te faz bem nem te deixa confortável, não há por que. Se você precisa de um abismo entre nos, não faço questão. Minha casa não te serve, meus braços não te trazem conforto, minhas palavras te assustam, meus lábios queimam os seus, minha presença te deixa desconfortável, qualquer ação que eu tome te põe em defesa. A Ruína virou um monturo, sem flor nem beleza. Talvez nem essas palavras você compreenda.
- Sabia que eu continuei com o seu cheiro mesmo depois do banho? Huahuahua... O cheiro do meu cabelo me fazia lembrar de vc também!! Heuheuheuheu xD
Cada um constrói o mundo que quer.
Sem poema, nem música, sem flor, nem beijo, sem amor, só ruína, apenas
[Silêncio]
*
Tensão.
Você me disse um dia que nunca havia paz em minha vida e sorriu com aqueles olhos distantes de quem já foi embora. Talvez fosse verdade, eu pensei, enquanto te via se afastar. Naquele momento talvez fosse verdade!
Mas você não sabia que aquilo que chamava de tensão não podia ser chamado de forma mais errada. Tensão? Nããão: leveza. Para o passo seguinte à beira do abismo, para voar.
*
Verdade.
- Preciso lhe falar. Eu minto!
- ...
- Sim, sim, bastante.
- ...
- Mas não, para você nunca.
- ...
- Isso! Nem mesmo omitir eu omiti.
- ...
- Mas não é simples. Acho que tenho muito a lhe explicar. Talvez você entenda, sim, talvez você entenda.
- ...
- Calma, não menti a pouco, continua sendo verdade que nunca menti para você.
- ...
- Isso mesmo, nem mesmo omiti.
- ...
- É simples, na verdade. Difícil é de explicar. Você, certeza, consegue entender.
- ...
- Me dê um sorriso e deixe eu virar esse copo. De pronto começo a lhe explicar.
- ...
- Me repito novamente, sei, nunca menti para você. Mas nunca fui tão honesto comigo. Para mim menti sempre e muito.
- ...
- O que isso explica? Não sei ao certo mas talvez lhe sirva para entender, ou ao menos para pensar que sou louco. Não, definitivamente não.
- ...
- Concordo, sei que é estranho. Eu mesmo acho isso. Acordo sempre com essa estranha sensação. Mas acordo sempre assim.
- ...
- Permita que eu me apresente: esse sou eu para você e todas as palavras escritas ou faladas se tornam imediatamente verdadeiras, tão intensamente verdadeiras, que tudo isso passa a fazer sentido.
- ...
- Não me olhe assim, sei que te assusto e que você se assusta, sei que eu não devia e que você também não. Me desculpe. Eu te desculpo.
- ...
- Sim, eu mentia para mim mesmo. Mas que me importa eu mesmo?
- ...
- Sim, sorria! Fui muito mais feliz sendo verdadeiro para você.
- ...
- Se fui um homem falso para ser verdadeiro para você? Não, fui um homem muito mais verdadeiro com você.
- ...
Um tequinho dele.
ResponderExcluirUm tequinho dela...
ResponderExcluirPode espremer? Até seus olhos saltarem?
ResponderExcluirPor favor, faz isso!
ResponderExcluirTipo um hamster chinês.
ResponderExcluirdesencontro,divergência,desequilíbrio de forças, desejo desigual - estradas percorridas pelos viajantes na Terra Onde Ninguém Caminha.
ResponderExcluirImpossível colocar um comentário melhor que o da sua mãe! Somos todos andarilhos destas terras.
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